BREVE HISTÓRIA DA FREGUESIA DA FAJÃ DE BAIXO
A Freguesia da Fajã de Baixo está localizada no concelho de Ponta Delgada, no Arquipélago dos Açores, de cuja sede dista cerca de 3 kilometros. Encontra-se delimitada pelas suas congéneres Fajã de Cima a norte, São Roque, a sul e leste, e São Pedro, a oeste.
Na primeira metade do sec XVI, esta freguesia fazia parte, conjuntamente com a Fajã de Cima, da outrora freguesia denominada por Fajã de Baixo nasceu “entre vinhas” na primeira metade do sec XVI, segundo Gaspar Frutuoso.
Em 1443 já existia povoamento na Ilha de São Miguel. Esta é a data do documento mais antigo, um documento que dá facilidades para importar e exportar mantimentos aos habitantes. Os primeiros povoadores desembarcaram na Povoação e só depois é que começaram a dirigir-se para outros locais. A comunicação fazia-se por mar, nessa altura. Em São Miguel, a enseada de Ponta Delgada era mais favorável à aproximação de navios. Foi a partir daí que começaram a ser introduzidas novas culturas. Foram distribuídas terras aos primeiros habitantes para as cultivarem. Em Fajã de Baixo começou pelo cultivo das vinhas, passando pelos laranjais e, finalmente chegando ao cultivo do ananás, que é a mais valia da freguesia. Com a exportação da laranja, cujo principal mercado era a Inglaterra, houve um enriquecimento da região que levou à proliferação de construções no sec XVIII, desde solares a templos. Na realidade, a cultura frutícola, a grande fonte de riqueza da fregueisa, é praticada em estufas de vidro e através do “Diário da Guerra Civil”, do Marques de Sá da bandeira, dá-se conhecer que o Cônsul Inglês Harding Read já cultivava ananases em 1829, para consumo próprio. Produzia este fruto exótico na estufa que possuía de plantas ornamentais, na Quinta da Bela Vista, onde escondeu aquele emblemático combatente do Liberalismo.
Após a crise que atingiu os laranjais de São Miguel, Fajã de Baixo tornou-se a maior produtora de ananases da ilha.
Perante o estatuto que adquiriu com tal próspera produção, alguém chamou a Fajã de Baixo “a Cidade de Berlim”, detentora do maior equipamento agrícola de Portugal.
O topónimo Fajã preveem da sua topografia, uma vez que possui um solo pouco acidentado, encontra-se numa posição baixa e plana, onde aparecem dois outeiros. O mais alto chama-se Pico da Abelheira com 131 metros de altitude.
O orago da freguesia de Fajã de Baixo é Nossa Senhora dos Anjos, cuja festa, em sua honra é realizada a 15 de Agosto.
Das personalidades nascidas na Fajã de Baixo é de realçar a grande notável escritora Natália Correia. Esta figura emblemática da cultura portuguesa, da segunda metade do sec XX, notabilizou-se como poetisa e politica. Outro notável, filho da freguesia de Fajã de Baixo mas na área da medicina, é o urologista, cirurgião e professor universitário Alexandre Linhares Furtado, autor dos primeiros transplantes de rins e pâncreas realizados em Portugal.
Outra personalidade não menos importante, no campo das letras é um dos maiores escritores da corrente simbolista. Duarte Viveiros, cuja obra foi publicada depois da sua morte, que se deu em 1937.
Também se destacam Duarte Borges, Visconde da Praia, António Borges, arquiteto paisagista, responsável pelo Jardim Botânico, a benfeitora Maria José Borges, o pianista Aníbal Câmara, os actores de teatro Duarte Pimentel, Nivéria Sampaio, Jovelino Pimentel. Estufeiro e músico compositor António de Sousa e o ex Presidente da Assembleia da República Jaime Gama.